terça-feira, 18 de maio de 2010

SNS e enfermeiros em risco


A luta prometida pelos sindicatos dos Enfermeiros parece que foi também congelada, tal como as carreiras na administração pública (algumas), parece que os sindicatos ficaram apavorados com as medidas agora decretadas pelo governo para acertar as contas públicas, segunda as ordens de Bruxelas.

As admissões na administração pública foram suspensas por tempo indeterminado, nomeadamente em sectores em risco de entrarem em rotura, como é o Serviço Nacional de Saúde, e a própria Educação não foge apesar das promessa feitas pela ministra aos sindicatos de que iriam ser admitidos em 2011, entre 15 a 20 mil professores, que têm estado em contrato há muitos anos e que a prática demonstra de que são necessários.

Com estas medidas draconianas, são mais de 700 mil famílias de trabalhadores que vão pagar a crise, para a qual não contribuíram, com o aumento da taxa do IRS, mais uns 200 mil trabalhadores reformados, e mais umas centenas de milhares de trabalhadores que verão os seus salários congelados, ou melhor, diminuídos em termos de poder de compra. Em geral, todas as famílias de trabalhadores irão ver as suas condições gravemente agravadas com o aumento do IVA que afectará, em especial, os bens de primeira necessidade que de 5% passam a ser taxados em 6%, ou seja, um aumento de 20%.

Quanto aos enfermeiros, o desemprego agravar-se-á com a contínua formação de novos licenciados e que não terão colocação no mercado de trabalho, a precariedade manter-se-á até não se sabe quando e… a nova carreira estará em hibernação apesar de estarmos já quase no Verão. Afinal, os quinze dias de luta prometidos pelo SEP ficaram adiados não se sabe para quando. Em vez de greve autónoma, o SEP chama à participação na manifestação do próximo dia 29 de Maio, de iniciativa da CGTP, que, por sua vez, perante as medidas celeradas do governo, nada disse, e parece nem pensar, fazer para as contrariar, ao contrário do que estão a fazer os trabalhadores gregos que não têm descansado um dia sequer em manifestações e lutas.

A frente militante dos trabalhadores gregos (PAME) tem marcado para o próximo dia 20 de Maio uma greve geral nacional e tem contactado outras centrais sindicais dos diversos países da UE para marcarem, e realizarem, greve geral para o mesmo dia, para que esta luta se generalize em todos os países europeus em que os governos, à conta do défice, têm imposto uma maior exploração sobre os trabalhadores. Mas em Portugal as centrais sindicais parecem não querer molestar o governo do PS – elas lá sabem porquê! – e teremos ser nós, trabalhadores a pressioná-las. Devemos fazer despertar a nossa luta de classe – os enfermeiros – e fazer com que esta luta entronque na luta mais geral contra a crise global e o sistema que a gere.

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