quarta-feira, 5 de maio de 2010

1º de Maio, Dia de Luta: Contra o PEC, Contra o Governo PS/Sócrates!


A aprovação da alteração das regras de atribuição do subsídio de desemprego em vésperas do dia 1º de Maio – Dia Internacional dos Trabalhadores – deve ser considerada como mais um ataque à classe dos trabalhadores e como uma provocação que só pode ser entendida pela arrogância de um partido que, estando em minoria no Governo, sabe que pode contar com o apoio de partidos da dita “oposição, sobretudo do PSD e do CDS, e do Presidente da República.

Esta tomada de posse de dinheiros que são de exclusiva propriedade dos trabalhadores, já que lhes são directamente descontados dos seus salários, é a continuação natural de um conjunto de outras medidas semelhantes que constituem o famigerado “Programa de Estabilidade e Crescimento” (PEC), este sim o verdadeiro programa eleitoral do PS que, mais uma vez, conseguiu enganar uma fatia substancial do eleitorado português, daí ter conseguido ganhar as eleições de 27 de Setembro.

Pelo PEC, o Governo vai congelar, até 2013, os salários, as pensões de reforma e as prestações sociais, tendo já começado pela diminuição do subsídio de desemprego – e há quem já prepare a opinião pública para um possível corte do subsídio de férias e/ou de Natal.

Pelo PEC, haverá um aumento brutal dos impostos sobre os trabalhadores, tendo já começado com a diminuição das deduções em sede de IRS – banqueiros e economistas de serviço reclamam o aumento do IVA (o imposto mais injusto já que incide de igual modo o rico e o pobre.

Pelo PEC, as empresas públicas, ou ainda com forte participação do estado, como a TAP, os CTT, a EDP, a GALP, a PT, a REN, a CP, etc., serão vendidas, e a preço da uva mijona, incluindo as que dão lucro e contribuem para a melhoria das contas públicas.

Pelo PEC, as políticas públicas de incentivo à actividade económica, que fomente o emprego, serão eliminadas. O PEC significa aumentar os lucros dos capitalistas à custa da contracção dos salários dos trabalhadores, é mais do mesmo.

Os tenebrosos défice e endividamento públicos não foram contraídos em benefício dos trabalhadores e do povo português (em pouco mais de 2 anos, o défice subiu de 2,9% para 9,4%!), mas para ajuda dos bancos e dos grupos económicos, só os primeiros receberam 4 mil milhões de euros. Agora, são os próprios bancos, nacionais e estrangeiros, que especulam sobre a dívida pública que, por sua vez, absorve já mais de metade do rendimento anual médio de cada cidadão português.

O PEC não inclui nenhuma medida que belisque os lucros fabulosos da banca e dos grandes grupos económicos – mesmo as mais-valias que forem taxadas, sê-lo-ão em sede de IRS, ou seja, as empresas continuarão a ficar isentas e a fugirem ao fisco. O resultado do PEC será uma nova e mais grave crise económica e o desemprego atingirá níveis ainda mais altos.

Perante tal situação, o PS não tem legitimidade para continuar a governar e se ainda se mantém no poder o deve à putativa “oposição”. Serão os trabalhadores portugueses que terão de combater o Governo PS, nos locais de trabalho, nas ruas, em toda a parte, até que as principais medidas celeradas tomadas contra os trabalhadores – Código do Trabalho, PEC, etc. – sejam revogadas e… até que o próprio Governo seja demitido.

A luta dos trabalhadores portugueses é a mesma luta dos trabalhadores gregos e dos trabalhadores dos outros países que se encontram já na mira dos especuladores financeiros, os países do sul da Europa, os denominados PIIGS - Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha (na sigla inglesa e onde se inclui também a Irlanda) e que são precisamente os mais devastados pelo grande capital europeu e os mais subjugados pela hegemonia alemã. A crise do capitalismo irá ter o condão de unir as classes dos trabalhadores dos diversos países que constituem a União Europeia, com os da Zona Euro na linha da frente, e que marcharão a uma só voz contra o capitalismo.

Contra o desemprego!
Pelo aumento geral dos salários!
Pela redução do leque salarial, acabando-se com os salários principescos e demais mordomias dos gestores públicos e privados!
Pelo horário das 35 horas!
Pela reforma aos 60 anos!
Pelo Salário Mínimo Europeu!
Pela abolição de todas as isenções e privilégios fiscais dos bancos e grandes grupos económicos nacionais e estrangeiros!

(Retirado de http://www.osbarbaros.org/)

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