terça-feira, 30 de março de 2010

Radicalizar a luta: um buzinão tamanhão


Os enfermeiros estão fortemente mobilizados para a greve a 100% e dispostos a levar a luta até ao fim, ou seja, até à resolução cabal e definitiva dos seus problemas de licenciados desconsiderados.

Não percebemos que se faça um buzinão, em Coimbra, e à hora que é: 11 horas da manhã. Se for para gastar gasolina e chamar a atenção para os carros que irão andar pela cidade a apitar, muito bem; mas se é para perturbar, fazer mossa, então muito mal.

É elementarmente lógico que o buzinão se faça logo de manhã, a partir das 7 horas até meio da manhã, e depois repetir a partir das 18 até às 20 horas. Seria o pandemónio. E bastaria entupir duas ou três rotundas, a do acesso norte da cidade, Casa do Sal, e as duas rotundas da circular do Hospital Novo, deixando apenas uma via para a passagem das ambulâncias, para a cidade quase parar. Podem ter a certeza que este buzinão seria notícia de primeira página e de abertura dos telejornais.

O mesmo se poderia fazer nas principais cidades do país: buzinões em hora de ponta e nos pontos nevrálgicos de forma a congestionar o trânsito.

Todos os enfermeiros estão dispostos a lutar e esta greve sabe a pouco.

Todos os enfermeiros!? Não nos parece, infelizmente, há alguns que não têm essa disposição, se fizermos fé nas palavras de uma dirigente do SEP, que andou nos HUC no turno desta noite a verificar a adesão à greve (devemos dizer que a adesão nos HUC anda perto dos 100%). Ao entrar num dos serviços, o coordenador do SEP, Paulo Anacleto, foi confrontado com a questão: porquê não “greve por tempo indeterminado”? A resposta, como tem sido habitual, foi: “é ilegal!” Mas perante o retorquido pelo colega: “Não! Nunca encontramos isso em lei que fosse, e a minha esposa é advogada e também é de opinião que se pode fazer greve por tempo indeterminado!” Perante tal, Paulo Anacleto ficou mudo e a referida colega sindicalista não conseguiu conter-se: “Greve por tempo indeterminado ou por duas semanas, eu não faço! porque tenho uma casa a sustentar”.

E isso: os sindicatos não ousam radicalizar a greve porque os seus dirigentes têm uma casa para sustentar. E os restantes enfermeiros, a grande maioria dos enfermeiros não têm?!

1 comentário:

Anónimo disse...

Essa "sindicalista" devia ser denunciada perante a classe, não é com sindicalistas desses que qualquer forma de luta se vence e a classe dos enfermeiros consegue os seus objectivos.