sábado, 13 de fevereiro de 2010

No OGE-2010 há dinheiro para os enfermeiros?


O Orçamento do Estado (OGE) para 2010 foi aprovado na generalidade na Assembleia da República, com as abstenções do PSD e do CDS/PP, seria interessante os sindicatos de Enfermagem perguntarem ao PSD, já que este partido aplaudiu os enfermeiros na sua luta, se o OGE contem verbas para a reclassificação na nova carreira de todos os enfermeiros como licenciados, como legitimamente têm direito?

Todos estamos lembrados da intervenção quase fervorosa da deputada do PSD, Rosário Águas, em prol da causa da enfermagem, numa de oposição ao Governo de Sócrates, seria uma boa razão se, na prática, alguma coisa foi feita para satisfazer as mais sentidas reivindicações dos enfermeiros. Porque de boas intenções e de bonitas palavras estamos nós, os enfermeiros, fartos!

Esta é mais outra boa questão para os nossos sindicatos nos esclarecerem, já que muitas outras estão ainda por explicar. O Orçamento Geral do Estado (OGE-2010) contempla verbas suficientes para sermos reposicionados e a passarmos a vencer como licenciados?

Ficamos à espera de uma resposta clara e inequívoca, e em tempo útil!

Sabemos que as verbas não são gastas exactamente como estão orçamentadas em OGE, e sabemos também que haverá sempre um orçamento “rectificativo” mais tarde, para dar cobertura às despesas indevidas que o Governo faz em seu proveito e da classe que representa e defende, a que vive da exploração do povo português. Mas, para essa gente, há sempre dinheiro e suporte legal. No entanto, para os enfermeiros, como é? Ainda estamos bem lembrados, os sindicatos parece que não, os seus dirigentes devem comer muito queijo!, que no OGE de 2008 havia dinheiro para descongelamento dos escalões e ficamos a ver navios!

Nós, enfermeiros, não precisamos de mais sindicatos, os que existem chegam e sobram, precisamos, isso sim, é de gente capaz, que esteja mobilizada pelos interesses da classe e não pelos seus pessoais, que ponha o interesse colectivo à frente do interesse individual ou de grupo. Colegas descomprometidos, que tenham a preocupação de colocar em primeiro lugar, em todas as suas propostas, as reivindicações da maioria dos enfermeiros, a começar pelos contratados/precários, os desempregados, e a grande maioria dos enfermeiros que está na metade inferior da carreira. O que não acontece neste momento, daí, em recente estudo, a maioria dos enfermeiros inquiridos se ter manifestado que não tem confiança nos seus sindicatos.

Ora, o que se vê é os sindicatos reféns de colegas reformados, no topo da carreira, ou de chefes ou de candidatos a tal, daí a aberrante reivindicação de mais 50 e 40% de salário para chefes e supervisores. E pior do que isso, de colegas para quem, primeiro, estão as directivas do partido e, em segundo e último lugar, os interesses da classe; assim se compreender o regozijo de alguns dirigentes sindicais quando souberam que o PS tinha ganho as eleições e a actual ministra, mulher de inteira confiança do execrável Sócrates, tinha sido reconduzida no cargo, como se ela fosse nossa amiga; quem tem amigos destes, não precisa de inimigos!

Precisamos, sim, é de pouco e bons sindicatos, reivindicativos e lutadores, capazes de levar qualquer luta até às últimas consequências, contra todos os ventos e marés!

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