quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O congelamento dos salários deve juntar todos os trabalhadores do Estado num só caudal!


O ministro das Finanças depois de ter anunciado que não haveria aumento dos salários reais, ou seja, os aumentos seriam iguais à taxa de inflação (0,8%), veio agora dizer às massas que, para além do corte nas reformas, os salários dos funcionários públicos serão congelados durante este ano de 2010; isto é, não há aumento nominal sequer, ou ainda por outras palavras: irão diminuir em termos de poder de compra – uma fatia apreciável dos trabalhadores portugueses irá empobrecer um pouco mais!

A reacção dos sindicatos não se fez esperar, do lado da UGT veio a declaração, pouco convincente, aliás, de era uma medida “inadmissível”; do lado da CGTP, saiu a afirmação de que “as diferenças sociais irão aumentar”. Nada que não se estivesse já à espera, ambas centrais sindicais prometem luta, e a CGTP já tinha marcado uma manifestação para o próximo dia 5 de Fevereiro, como soubesse antecipadamente o que iria sair da cartola orçamental do Governo.

As razões da contenção das despesas com os trabalhadores do Estado é o sacramental défice das contas públicas, que, este ano, atingirá os 8,3%. Mas o orçamento há muito que vinha a ser cozinhado entre os partidos com assento na Assembleia da República. Cada partido da oposição faz o seu papel de donzela virgem e pura, enquanto o partido do Governo faz de vítima, agitando a “ingovernabilidade” como papão que devorará tudo e todos, a começar pelo povo que paga impostos e acabando nos partidos que inviabilizassem o sacrossanto orçamento.

O PS, depois de arrebanhar os votos ao povo português, e ter formado Governo com maioria simples, mantém a mesma política de tirar aos pobres para dar aos ricos, porque só se compreende o défice orçamental pelo aumento das despesas feitas não com os salários dos trabalhadores ou as reformas dos aposentados, mas com os milhões dados aos bancos (só à conta do BPN, a CGD entrou com 4 mil e 500 milhões de euros), às empresas privadas, aos grandes grupos económicos estrangeiros, às clientelas dos escritórios de advogados e de gabinetes de arquitectos por estudos e pareceres, que o próprio Estado pode fazer, e… aos grupos privados que entraram na Saúde como o negócio da China do século.

Os enfermeiros, que estão em greve por uma carreira digna e uma justa retribuição salarial, devem unir a sua luta a outros trabalhadores da função pública, e todos juntos deverão marchar a uma só voz e num mesmo passo. Os enfermeiros não estão sós! A situação só aparentemente não tem saída, há uma alternativa aos trabalhadores do Estado: lutarem na rua, com a união dos diferentes sectores profissionais num único caudal. Que se façam manifestações continuadas, e não apenas a 5 de Fevereiro, GREVE GERAL, e não greves de 1 dia para marcar o ponto, até o Governo ceder ou… então cair. O PS nunca deveria ser eleito para o poder da governação; sempre que o PS “governa”, a situação dos trabalhadores torna-se dramática.

O Governo PS/Sócrates é o inimigo nº 1 dos trabalhadores portugueses.

1 comentário:

el comunista disse...

Viva a UNIDADE e a justa luta dos enfermeiros.