sábado, 30 de janeiro de 2010

Comunicado: Nem por cima do nosso cadáver!


A posição de irredutibilidade da ministra da Saúde/Governo Sócrates constitui uma autêntica provocação à classe dos enfermeiros, e perante isso só há uma atitude: firmeza e levar a luta até ao fim.

E lutar até ao fim significa não nos deixarmos amedrontar pela insolência de que não há dinheiro, porque dinheiro há muito, está é mal distribuído. Dizer aos funcionários públicos que os salários vão ficar congelados, este ano, é outra afronta.

Se houve dinheiro para dar aos grupos económicos privados, incluindo os que exploram a saúde dos portugueses, aos bancos (à conta do BPN, a CGD já entrou com 4 mil e 500 milhões de euros) e às clientelas dos escritórios de advogados e de gabinetes de arquitectos por estudos e pareceres, que o próprio Estado pode fazer, então há e terá de haver dinheiro para os enfermeiros que devem ter uma carreira profissional digna e uma grelha salarial à altura da sua formação académica, da sua experiência e do seu papel insubstituível no SNS.

Nós enfermeiros, reivindicamos aquilo a que temos direito, nem mais nem menos, já que foi em 2000 que se licenciaram os primeiros enfermeiros com o complemento e, 4 anos depois, formam-se os primeiros licenciados em enfermagem pelas escolas, mas já em 1997 que se formam os primeiros enfermeiros com o curso de estudos superiores especializados em diversas áreas. Esta luta tem mais de 10 anos!

E mais: há mais de 2 anos que os escalões foram descongelados e, havendo dinheiro para pagar aos enfermeiros no OGE de 2008, os enfermeiros ficaram a marcar passo. Onde foi gasto esse dinheiro? Foi para dar aos grupos privados que sugam a carteira do cidadão e à custa do desmantelamento gradual do SNS?

Nós, enfermeiros, defendemos uma carreira em que todos os enfermeiros cheguem ao topo e que o tempo de carreira, aquando da transição, seja integralmente contado, incluindo o tempo em que a carreira esteve congelada (por exemplo, um enfermeiro graduado com 20 anos de profissão deve transitar para o nível 40, com o salário de 2488,78 euros, na proposta da CNESE, e já que a subida de nível se fará de 4 em 4 anos, tendo assim um aumento de cerca de 1100 euros, ou seja, mais do dobro proposto pelos sindicatos).

Nós, enfermeiros, repudiamos uma carreira dividida em duas, onde uma pequena parte poderá atingir o topo (10%, segundo a proposta provocadora do Governo). Não queremos uma carreira só para chefes ou candidatos a tal.

Os enfermeiros não estão sós! A nossa luta não pode ficar desligada da luta mais geral dos trabalhadores da função pública, deveremos estar todos juntos e marchar a uma só voz e num mesmo passo. A situação tem uma saída: lutar até o Governo ceder ou… então cair. Leve o tempo que levar!

29/01/2010

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